mesmo todas as inutilidades do mundo
ou até aquelas pequeninas coisas
que inevitavelmente se preenchem —
e aos nossos dias — de dias a dias
também precisam do olhar
um cuidado com os sonhos
estar de perto, querer ver, interver
até comer chão com os dedos, junto
estando, com ou sem pendenga, é verde no azul,
lua, cimento, entra, vai e fica, eis o
entressonhar
como se faz amar-amor de distante?
nem deve ser brincar-presença, ou pique-escondendo
é preciso acalanto, sol quente, mesmo certo
aporrinhamento de estar, mas estar, só
com, é que amar-amor —
e até desamor — vem ser a qual coisa do tal olhar
ver-sorver-oferecer, até bolinar de sobressalto tem hora,
“olha o deslimite que não ficou pronto ainda, criatura”
olhar até o desolhar, olhar de volta,
não tem jeito, o amor — que deliciúra! —
flautuando, mas que coisa, só combina
com pluriamar
É isso, "até comer chão com os dedos"...
ReplyDeleteSempre, G, que nem terra de parede, como a Rebeca, até-junto, se for, e sendo. É, como vejo sempre, e sinto, e trans-sinto, é o amor coisa de dobrar e desdobrar, redobrando, transluzindo... o olhar.
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