duas
mil noites atravessam os meus dedos
lá
fora o mundo precisava inexistir, de espera — o som
de
dentro do quarto o martelar de uns gestos — únicos
ainda
seca, crua demais, por fim indissolúvel — a colcha vazia
até
virem os olhos fechados, o escape, a ternura imaginada, o ímpeto
zooms
por baixo das tentativas movimentam-se a uma fresta meredith-monk
de
pecados sem lâmpadas, a respiração que se perde, violinos tocando cantatas
o
tempo todo
na
cabeça
o
poema transvira-se
e
é quando mantenho a impressão de que
umedecendo-se
entre um desvão de serenidade e loucura
todas
as palavras passaram por mim
aturdidas,
sem sintaxe, galopantes, rapidamente, e mais, ao mais...
ainda,
preguiçosas-já, distendidas, e(n)fim
vasculham
duas mil estrelas as noites já sem pudor, esvoaçantes, lá
na
parede do quarto, tremulando, telas floral
fields — os seus
céus azuis,
alaranjados, três linguagens se arrepiaram a toque de caixa
e
tudo verdeia de novo
devagar
impresso
é de certo o gosto de combinar as palavras —
(que)
redemoinham por dentro, entram e saem, esticam-se, crescem —
o
humano, a carne, no chão, pro céu, que escorre —
em
cinco pontas, penetrando, indispondo, e lambendo, e entrecursando
a
noite
como
rio
de
um poema
que
se espera de
vorar
[Crosslights (2009-2010), por Joshua
Bronaugh | Música Prostitute
Poem, da banda Gong]
O poema se buscando.
ReplyDeleteO humano se.
Sim, G, e te digo que é uma sede tanta-tanta-tanta... de.
ReplyDelete(Que de) humanidades apaixonadas.
Poemaroamor. Pôr. Em dentro(s).
Impressionantemente assim.
De vorar
cantatas. Tocando...
infinitudes. Como prevejo.
E é incrível. *-*